Quais são os melhores investimentos para fazer em 2023 e como escolhê-los?
O cenário com o qual 2023 se inicia parece muito incerto para um investidor que busca o melhor investimento. Cinco fatores econômicos, em particular, são imprevisíveis tanto se os considerarmos individualmente quanto se tentarmos imaginar como se combinarão entre si:
• alta inflação
• elevação das taxas de juros pelos bancos centrais
• guerra na Ucrânia após a invasão russa
• crise energética
• pandemia Covid-19
Incertezas globais
Como aqueles que procuram onde fazer os melhores investimentos sabem, dada a alta interconexão entre as economias globais, cada um desses fatores, independentemente de onde se manifeste, tem consequências em nível global. Isso é o que aconteceu em 2022: as receitas do FED para combater a inflação nos EUA, devido ao superaquecimento da economia doméstica na fase pós-Covid, foram adotadas pelo BCE na Europa, embora a origem da inflação fosse de commodities, particularmente energia (agflation). Isso foi feito para manter a taxa de câmbio euro/dólar o mais estável possível, o que foi revertido por várias semanas no outono de 2022. Da mesma forma, bloqueios e fechamentos de fábricas em várias partes da China contribuíram para a queda do preço do petróleo, tornando a situação energética menos dramática em outras partes do mundo.
Pressão sobre ações e títulos
A série contínua de aumentos das taxas de juros pelos bancos centrais, que parecem estar mais navegando à vista do que tendo traçado um curso para o destino, continuará a deprimir tanto os mercados de títulos quanto de ações. Portanto, títulos e ações não parecem representar o melhor investimento para 2023. Embora os retornos médios para títulos estejam se tornando interessantes para investidores de longo prazo, mesmo que sejam significativamente inferiores à taxa de inflação, o mercado de ações está sofrendo com a redução da liquidez e perspectivas de recessão global. Nesse contexto, as grandes empresas de tecnologia, que estavam em seu auge durante a pandemia, parecem ter entrado em uma nova fase crítica marcada por anúncios contínuos de demissões em massa.
O novo curso das commodities
Investir em commodities acabou sendo o melhor investimento (em termos especulativos) entre 2021 e 2022. Desde então, o vento parece ter mudado para todos esses ativos: metais, agrícolas e especialmente energia, depois de atingir seus picos, iniciaram uma forte fase baixista. Basta pensar no gás, que depois de ultrapassar os 300 euros por megawatt-hora em agosto de 2022, encerrou o ano bem abaixo de 100 euros por megawatt-hora, chegando até a valores inferiores aos anteriores à invasão russa da Ucrânia.
Colapso das criptomoedas
Depois de anos de altas (e volatilidade) recordes, favorecidos pela liquidez das políticas expansionistas perpetuadas pelos bancos centrais, as criptomoedas se revelaram pelo que são: um ativo altamente especulativo sem um subjacente (valor intrínseco), cujo preço de mercado é ditado apenas pela relação entre oferta e demanda, com todas as distorções que podem resultar disso. Por esta razão, em poucos anos, passou de ser o melhor investimento em termos especulativos para ser o pior absoluto. Basta pensar no valor do Bitcoin (a criptomoeda mais famosa e negociada) que, no início de 2023, parece destinado a estabilizar-se em torno de um quarto (-75%) dos máximos alcançados no outono de 2021 (acima de US $66.000). Certamente não ajudou a série de falências de corretoras de criptomoedas como FTX e BlockFI que, revelando práticas tudo menos transparentes e legais, fizeram a confiança dos investidores mais especulativos desmoronar.
O retorno à economia real como bússola
Em um cenário assim delineado, no qual as finanças não parecem oferecer suporte e soluções, ao investidor em busca do melhor investimento só resta voltar a olhar para a economia real, um aspecto que foi negligenciado nos anos da turbo-finanças. A primeira evidência é dada pelas melhores perspectivas da economia americana que, apesar dos fortes aumentos das taxas, continua em ascensão. Basta pensar que a taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 3,5% no final do ano passado com a criação de empregos significativamente acima das expectativas. A situação americana é certamente mais promissora do que a Europa, que está lidando com sua pior crise energética e divisões internas sobre como lidar com ela. A situação na China é ainda pior, já que depois de registrar seu pior crescimento do PIB (pela primeira vez abaixo de 3%), está lidando com a difícil transição entre a política de “COVID zero” e o relaxamento das restrições, mas com uma população pouco vacinada, especialmente entre os idosos.
Imóveis com renda nos EUA como um ativo de refúgio, proteção contra a inflação e fonte de renda
O setor imobiliário americano, devido à dinamicidade da economia que acabamos de ver, é particularmente atraente para o investidor que procura o melhor investimento para proteger seu patrimônio e não apenas. Isso também porque a queda nas compras (-30% em um ano), devido em grande parte às hipotecas para a primeira casa, que atingiram taxas nunca antes vistas, estabilizou os preços de compra. Em primeiro lugar, é um investimento defensivo em dólares, moeda que demonstrou toda a sua força e com a qual os principais ativos do mundo são cotados.
Em segundo lugar, a estrutura do mercado imobiliário dos Estados Unidos (onde a maioria dos cidadãos, especialmente os que estão em idade ativa, não possui a casa em que vive) torna os aluguéis de imóveis muito vantajosos para os proprietários. Atualmente, os valores do subsegmento de imóveis com renda variam entre 5% e 10%, protegendo em grande parte ou totalmente da inflação prevista para todo o ano de 2023.
Em terceiro lugar, em uma perspectiva de médio a longo prazo, trata-se de um investimento de alto rendimento capaz de superar a inflação. No caso previsto pelos bancos centrais de que a inflação diminua e volte a ficar sob controle nos próximos anos, os rendimentos recém-vistos recompensarão abundantemente o investidor, ano após ano. No caso menos provável de a inflação continuar a aumentar, o valor dos imóveis continuará a crescer em conformidade, recompensando o investidor no momento da venda.
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